Epilepsia: valproato de sódio é destinado, isoladamente ou em combinação a outros
medicamentos, no tratamento de pacientes (adultos e crianças acima de 10 anos) com crises parciais complexas, que ocorrem tanto de forma isolada quanto em associação com outros
tipos de crises convulsivas, e no tratamento de quadros de ausência simples e complexa. Ausência simples é definida como breve perda dos sentidos ou perda de consciência,
acompanhada por determinadas descargas epilépticas generalizadas, sem outros sinais
clínicos detectáveis. Ausência complexa é a expressão utilizada quando outros sinais
também estão presentes.
Antes de tomar Valproato de sodio
Gerais: pelo fato de terem sido relatados casos de alterações na agregação plaquetária, redução do número de plaquetas e anormalidade nos parâmetros de coagulação (ex. baixo
fibrinogênio), recomenda-se realização de contagem de plaquetas no sangue e testes de
coagulação pelo médico antes de iniciar o tratamento com o medicamento, de tempos em
tempos e sempre antes de cirurgias. Na ocorrência de perda excessiva de sangue, alteração ou desordem na hemostasia (estancamento da hemorragia/coagulação), há indicação para
redução de dosagem ou retirada da medicação. Uma vez que o valproato pode interagir com medicamentos administrados concomitantemente capazes de induzir enzimas,
determinações periódicas de valproato e medicamentos de uso concomitante no sangue são
recomendados durante a terapia inicial. O valproato é eliminado parcialmente pela urina, como metabólito cetônico, podendo atrapalhar a interpretação correta dos resultados de
exame de urina. Existem casos de testes da função da tireoide alterados associados ao
valproato.
Há estudos in vitro que sugerem que o valproato estimula a replicação dos vírus HIV e
CMV (citomegalovírus) em certas condições experimentais. A consequência clínica se
houver, não é conhecida. Adicionalmente, a relevância dessas descobertas in vitro é incerta para pacientes recebendo terapia antirretroviral supressiva máxima.
O médico deve pedir regularmente o exame de carga viral em pacientes HIV positivos que
estejam recebendo valproato e deve fazer acompanhamento clínico de pacientes infectados por CMV (citomegalovírus) e que estejam recebendo valproato.
Hepatotoxicidade (toxicidade do fígado): casos de insuficiência do fígado (em alguns
casos fatais) têm ocorrido em pacientes recebendo ácido valproico. Estes incidentes
usualmente têm ocorrido durante os primeiros seis meses de tratamento. Toxicidade do
fígado grave ou fatal pode ser precedida por sintomas não específicos como mal-estar,
fraqueza, perda temporária e completa da sensibilidade e movimento, edema facial, perda do apetite e vômitos. Em pacientes com epilepsia (doença cerebral caracterizada por
episódios de convulsão), a perda de controle de crises também pode ocorrer. Os pacientes devem ser cuidadosamente monitorizados quanto ao aparecimento desses sintomas. Testes
de função do fígado deverão ser realizados antes do início da terapia e depois, com
intervalos frequentes, especialmente durante os primeiros seis meses de tratamento. No
entanto, os médicos não devem confiar totalmente no resultado dos exames, uma vez que
estes exames podem não estar anormais em todos os casos, sendo, portanto fundamental a
obtenção de história clínica e realização de exames físicos periódicos. Deve-se ter muito cuidado quando ácido valproico for dado a pacientes com história anterior de doença no
fígado. Pacientes que estejam tomando muitos anticonvulsivantes, crianças (principalmente
abaixo de 2 anos), pacientes com doenças metabólicas congênitas, aqueles com doença
convulsiva grave associada a retardo mental e pacientes com doença cerebral orgânica
podem apresentar um risco maior de o medicamento afetar o fígado. Na suspeita de que o
medicamento esteja prejudicando o fígado, ele deve ser suspenso pelo médico.
Valproato de sódio é contraindicado em pacientes com conhecida desordem da mitocôndria
causada por mutação na DNA polimerase (POLG, ou seja, Síndrome de AlpersHuttenlocher) e crianças com menos de 2 anos com suspeita de possuir desordem relacionada a POLG.
Insuficiência hepática aguda induzida por valproato e mortes relacioanadas à doença
hepática têm sido reportadas em pacientes com síndrome neurometabólica hereditária
causada por mutação no gene da DNA polimerase (POLG, ou seja, Síndrome de AlpersHuttenlocher) em uma taxa maior do que aqueles sem esta síndrome. Deve-se suspeitar de desordens relacionadas à POLG em pacientes com histórico familiar
ou sintomas sugestivos de uma desordem relacionada à POLG, incluindo, mas não limitado
encefalopatia inexplicável, epilepsia refrataria (focal, mioclônica), estado de mal epilético na apresentação, atrasos no desenvolvimento, regressão psicomotora, neuropatia
sensomotora axonal, miopatia, ataxia cerebelar, oftalmoplegia, ou migrânea complicada
com aura occipital. O teste para mutação de POLG deve ser realizado de acordo com a
prática clínica atual para avaliação diagnóstica dessa desordem.
Em pacientes maiores de 2 anos com suspeita clínica de desordem mitocondrial hereditária o valproato de sódio deve ser usado apenas após tentativa e falha de outro
anticonvulsivante. Este grupo mais velho de pacientes deve ser monitorado durante o
tratamento com valproato de sódio para desenvolvimento de lesão hepática aguda com
avaliação clínica regular e monitoramento dos testes de função hepática.
Pancreatite (inflamação do pâncreas): casos de pancreatite envolvendo risco de morte
foram relatados tanto em crianças como em adultos que receberam valproato. Alguns
desses casos foram descritos com perda de sangue com rápida progressão dos sintomas
iniciais para óbito. Alguns casos ocorreram logo após o início do uso, mas também após
vários anos de uso. O índice baseado nos casos relatados excede o esperado na população em geral e houve casos nos quais a pancreatite recorreu após nova tentativa com ácido
valproico/valproato de sódio. Pacientes e responsáveis devem estar cientes que dor
abdominal, enjoos, vômitos e/ou falta de apetite, podem ser sintomas de pancreatite. Na presença destes sintomas, o médico deve ser imediatamente procurado para uma avaliação. Distúrbios do ciclo da ureia (DCU): foi relatada alteração das funções do cérebro por
aumento de amônia no sangue, algumas vezes fatal, após o início do tratamento com
valproato em pacientes com distúrbios do ciclo da ureia (um grupo de anormalidades
genéticas incomuns, particularmente deficiência da enzima ornitina-transcarbamilase).
Antes de iniciar o tratamento com valproato, a avaliação com relação à presença de DCU
deve ser considerada nos seguintes pacientes:
1) aqueles com história de encefalopatia (alterações das funções do cérebro) inexplicável ou coma, encefalopatia associada a sobrecarga proteica, encefalopatia relacionada com a
gestação ou pós-parto, retardo mental inexplicável história de amônia ou glutamina
plasmáticas elevadas;
2) aqueles com vômitos cíclicos e perda temporária ou completa da sensibilidade e do
movimento, episódios de irritabilidade extrema, falta de coordenação dos movimentos,
baixos níveis de ureia sanguínea, intolerância proteica;
3) aqueles com história familiar de DCU ou história familiar de óbitos infantis
inexplicáveis (particularmente meninos);
4) aqueles com outros sinais ou sintomas de DCU. Pacientes que desenvolverem sinais ou
sintomas de encefalopatia hiperamonêmica (alteração das funções do cérebro por aumento
de amônia no sangue) inexplicável durante o tratamento com valproato devem ser tratados imediatamente (incluindo a interrupção do tratamento com valproato) e ser avaliados com relação à presença de um distúrbio do ciclo da ureia subjacente.
Comportamento e ideação suicida: tem sido relatado um aumento no risco de
pensamentos e comportamentos suicidas em pacientes que utilizam medicamentos
antiepilépticos para qualquer indicação. O risco aumentado de comportamento ou
pensamentos suicidas com medicamentos antiepilépticos foi observado logo uma semana
após o início do tratamento medicamentoso com os antiepilépticos e persistiu durante todo o período em que o tratamento foi avaliado. O risco relativo de comportamento ou
pensamentos suicidas foi maior em estudos clínicos para epilepsia do que em estudos para condições psiquiátricas ou outras, porém as diferenças com relação ao risco absoluto tanto para epilepsia quanto para indicações psiquiátricas foram similares. Pacientes tratados com um antiepiléptico para qualquer indicação devem ser monitorados para o aparecimento ou
piora da depressão, comportamento ou pensamentos suicidas, e/ou qualquer mudança
incomum de humor ou comportamento.
Pacientes, seus responsáveis e familiares devem ser informados que os antiepilépticos
aumentam o risco de comportamento e pensamentos suicidas e aconselhados sobre a
necessidade de estarem alerta para surgimento ou piora dos sinais e sintomas de depressão, qualquer mudança incomum de humor ou comportamento, ou o surgimento de
comportamento e pensamentos suicidas ou pensamentos sobre automutilação.
Comportamentos suspeitos devem ser informados imediatamente aos profissionais de
saúde.
Interação com antibióticos carbapenêmicos: antibióticos carbapenêmicos (ex.
ertapenem, imipenem e meropenem) podem reduzir as concentrações no sangue de ácido
valproico a níveis sem efeito, resultando em perda de controle das crises. Os níveis séricos de ácido valproico devem ser monitorados frequentemente após o início da terapia com
carbapenêmicos. Tratamento alternativo com antibacterianos e anticonvulsivantes deve ser considerado se os níveis séricos de ácido valproico tiverem queda significativa ou
deterioração do controle das crises.
Trombocitopenia (diminuição no número de plaquetas no sangue): a frequência de
efeitos adversos (particularmente enzimas hepáticas aumentadas e diminuição no número
de plaquetas no sangue) pode acontecer dependendo da dose do medicamento. O benefício
terapêutico que pode acompanhar as maiores doses deverá, portanto, ser considerado contra a possibilidade de maior incidência de eventos adversos.
Disfunção hepática: ver 3. QUANDO NÃO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?
e 4. O QUE DEVO SABER ANTES DE USAR ESTE MEDICAMENTO?
Hepatotoxicidade.
Hiperamonemia (aumento da amônia no sangue): foi relatado o excesso de amônia em
associação com a terapia com valproato e pode estar presente mesmo com testes de função do fígado normais. Pacientes que desenvolverem sinais ou sintomas de encefalopatia
hiperamônica (alteração das funções do cérebro por aumento de amônia no sangue)
inexplicável, perda temporária ou completa da sensibilidade e do movimento, vômitos e
mudanças no status mental durante o tratamento com este medicamento devem ser tratados
imediatamente, e o nível de amônia deve ser mensurado. Hiperamonemia também deve ser
considerada em pacientes que apresentam queda de temperatura do corpo abaixo do
normal. Se os níveis de amônia estiverem aumentados, o tratamento deve ser suspenso pelo médico.
O médico deve iniciar o tratamento com medidas apropriadas para a hiperamonemia e tais
pacientes devem ser submetidos à pesquisa de um distúrbio do ciclo da ureia subjacente. Elevações sem sintomas de amônia são mais comuns, e quando presentes, requerem
monitoramento intensivo dos níveis de amônia no plasma pelo médico. Se a elevação
persistir, o tratamento deverá ser descontinuado pelo médico.
Hiperamonemia e encefalopatia associadas ao uso concomitante de topiramato: a
administração concomitante do topiramato e do ácido valproico foi associada com o
aumento da amônia no sangue, com ou sem alterações das funções do cérebro, nos
pacientes que toleraram uma ou outra droga isoladamente. Os sintomas clínicos da
encefalopatia hiperamonêmica (alteração das funções do cérebro por aumento de amônia no sangue), incluem frequentemente alterações agudas no nível de consciência e/ou na função cognitiva, com perda temporária e completa da sensibilidade e movimento e vômitos.
Hipotermia (diminuição da temperatura corporal) também pode ser uma manifestação de
hiperamonemia. Na maioria dos casos, os sintomas e os sinais diminuem com a
descontinuação de uma ou outra droga. Não se sabe se a monoterapia com o topiramato
pode estar associada com aumento de amônia no sangue.
Os pacientes com erros inatos do metabolismo ou com atividade mitocondrial do fígado
reduzida podem apresentar risco aumentado de desenvolver aumento de amônia no sangue,
com ou sem encefalopatia. Embora não estudada, a interação do topiramato e do ácido
valproico pode intensificar defeitos existentes ou revelar deficiências em pessoas. Pacientes e responsáveis devem ser informados sobre os sinais e sintomas associados à encefalopatia hiperamonêmica, requerendo avaliação médica se esses sintomas ocorrerem.
Hipotermia (queda da temperatura central do corpo para menos de 35º C): tem sido
relatada a hipotermia em associação com a terapia com valproato em conjunto com e na
ausência de hiperamonemia. Esta reação adversa também pode ocorrer em pacientes
utilizando topiramato e valproato concomitantes após o início do tratamento com
topiramato ou após o aumento da dose diária de topiramato.
Deve ser considerada a interrupção do valproato em pacientes que desenvolverem
hipotermia, a qual pode se manifestar por uma variedade de anormalidades clínicas
incluindo sonolência, confusão, coma e alterações significativas em outros sistemas
importantes como o cardiovascular e o respiratório. Monitoração e avaliação clínica devem incluir análise dos níveis de amônia no sangue.
Atrofia Cerebral/Cerebelar: houve relatos pós-comercialização de atrofia (reversível e
irreversível) cerebral e cerebelar, temporariamente associadas ao uso de produtos que se dissociam em íon valproato. Em alguns casos, porém, a recuperação foi acompanhada por
sequelas permanentes. Foi observado prejuízo psicomotor e atraso no desenvolvimento em
crianças com atrofia cerebral decorrente da exposição ao valproato quando em ambiente
intrauterino. As funções motoras e cognitivas dos pacientes devem ser monitoradas
rotineiramente e o medicamento deve ser descontinuado nos casos de suspeita ou de
aparecimento de sinais de atrofia cerebral.
Reação de hipersensibilidade de múltiplos órgãos: foram raramente relatadas após o
início da terapia com o valproato em adultos e em pacientes pediátricos (tempo médio para detecção de 21 dias, variando de 1 a 40). Embora houvesse um número limitado de relatos,
muitos destes casos resultaram em hospitalização, e pelo menos uma morte foi relatada. Os sinais e os sintomas deste distúrbio eram diversos; entretanto, os pacientes tipicamente, embora não exclusivamente, apresentaram febre e erupções cutâneas, com envolvimento de
outros órgãos do corpo. Outras manifestações associadas podem incluir aumento dos
gânglios, inflamação do fígado, anormalidade de testes de função do fígado, anormalidades no sangue, coceira, inflamação nos rins, diminuição do volume de urina, síndrome
hepatorrenal, dor nas articulações e fraqueza. Como o distúrbio é variável em sua
expressão, sinais e sintomas de outros órgãos não relacionados aqui podem ocorrer. Se
houver suspeita desta reação, o valproato deve ser interrompido pelo médico e um
tratamento alternativo ser iniciado. Embora a existência de sensibilidade cruzada com
outras drogas que produzem esta síndrome não seja clara, a experiência com drogas
associadas à hipersensibilidade de múltiplos órgãos indicaria que isso é possível.
Este medicamento contém propilparabeno e metilparabeno que podem causar reações
alérgicas (possivelmente retardadas).
Cuidados e advertências para populações especiais
Uso em idosos: não foram avaliados pacientes com mais de 65 anos nos ensaios clínicos
duplo-cegos prospectivos de mania associada com transtorno bipolar. Em um estudo de
revisão de caso de 583 pacientes, 72 (12%) tinham mais de 65 anos. Uma alta porcentagem relatou lesão acidental, infecção, dor, sonolência e tremor. A descontinuação de valproato foi ocasionalmente associada com os dois últimos eventos. Não está claro se esses eventos indicam riscos adicionais ou se resultam de doenças preexistentes e uso de medicamentos concomitantes nestes pacientes.
Um estudo de pacientes idosos com demência evidenciou a presença de sonolência e
interrupção do tratamento devida à sonolência. Recomenda-se a redução da dose inicial
nesses pacientes e a redução da dose ou interrupção do tratamento se o paciente apresentar sonolência excessiva.
Outro estudo mostrou que uma proporção significativamente mais alta de pacientes que
receberam valproato apresentou sonolência, comparados ao placebo e, embora não
estatisticamente significante, houve maior proporção de pacientes com desidratação.
Descontinuações devido à sonolência foram também significativamente mais altas do que
com placebo. Em alguns pacientes com sonolência (aproximadamente a metade) houve
consumo nutricional reduzido associado e perda de peso. Houve uma tendência dos
pacientes que apresentaram esses eventos de ter menor concentração basal de albumina,
menor depuração de valproato e maior concentração de ureia sanguínea. Em pacientes
idosos, a dosagem deve ser aumentada mais lentamente, com monitorização regular do
consumo de líquidos e alimentos, desidratação, sonolência e outros eventos adversos.
Reduções de dose ou descontinuação do valproato devem ser consideradas em pacientes
com menor consumo de líquidos ou alimentos e em pacientes com sonolência excessiva.
Uso pediátrico: a experiência com o uso da medicação indicou que crianças menores de
dois anos têm um risco aumentado de o medicamento prejudicar o fígado e esse risco
diminui progressivamente em pacientes mais velhos. Neste grupo de pacientes, o ácido
valproico deverá ser usado como único medicamento, com muito cuidado, devendo-se
avaliar cuidadosamente os riscos e benefícios do tratamento. Acima dos dois anos de idade, a experiência em epilepsia tem indicado que a incidência de toxicidade do fígado fatal
diminui consideravelmente em grupos de pacientes progressivamente mais velhos. Crianças jovens, especialmente aquelas que estejam recebendo medicamentos indutores de enzima,
irão requerer doses de manutenção maiores para alcançar as concentrações alvo de ácido
valproico não ligado e total. A variabilidade das frações livres limita a utilidade clínica de monitorização das concentrações totais plasmáticas de ácido valproico. A interpretação das concentrações de ácido valproico em crianças deverá considerar os fatores que afetam o
metabolismo hepático e ligação às proteínas.
Mulheres com potencial para engravidar: Devido ao risco para o feto de malformação
congênita maior (incluindo defeito no tubo neural), o ácido valproico deve ser considerado para mulheres com potencial para engravidar somente depois que os riscos forem discutidos extensamente com a paciente e pesados os benefícios potenciais do tratamento.
Isto é especialmente importante quando o uso de ácido valproico é considerado para
condições não associadas geralmente com dano permanente ou morte (por exemplo,
migrânea).
Mulheres com potencial para engravidar devem usar contraceptivos efetivos enquanto usam ácido valproico.
Uso durante a gravidez e lactação: Como o ácido valproico tem sido associado com
certos tipos de defeitos no nascimento, pacientes mulheres em idade fértil devem ser
alertadas dos riscos associados ao uso de ácido valproico durante a gravidez. O ácido
valproico é contraindicado durante a gravidez para mulheres tratadas para profilaxia de migrânea.
Mulheres que sofrem de epilepsia ou desordem bipolar que estão grávidas ou que planejam engravidar não devem ser tratadas com ácido valproico a não ser que outros tratamentos
tenham falhado no controle adequado dos sintomas ou são de outra forma, inaceitáveis.
Nessas mulheres, o benefício do tratamento com ácido valproico durante a gravidez pode
superar os riscos.
Medicamentos antiepilépticos não devem ser descontinuados bruscamente em pacientes nos
quais o medicamento é administrado para impedir convulsões maiores, pois existe grande
possibilidade de desencadeamento de estado epiléptico com hipóxia contínua e risco à vida. Em casos individuais nas quais a severidade e frequência das convulsões são tais que a
retirada do medicamento não representa uma séria ameaça para o paciente, a
descontinuação da droga pode ser considerada antes e durante a gravidez. No entanto, não se pode dizer com segurança que mesmo pequenas convulsões não apresentam alguns
riscos para o desenvolvimento do embrião ou feto.
Risco associado ao ácido valproico
Grávidas: relatos indicaram que o ácido valproico pode produzir efeitos teratogênicos, tais como defeitos no tubo neural (por exemplo, fechamento incompleto da coluna vertebral)
nos fetos de mulheres tomando o medicamento durante a gravidez. Há dados que sugerem
uma maior incidência de defeitos na formação de algum órgão associadas com o uso do
ácido valproico durante a gravidez quando comparado com algumas outras drogas
antiepilépticas. Consequentemente, o ácido valproico deve ser considerado pelo médico
para mulheres com potencial para engravidar somente depois que os riscos forem discutidos extensamente com a paciente e pesados de encontro aos benefícios potenciais do
tratamento.
Há muitos indicativos de que o uso de medicamentos anticonvulsivantes em geral, durante a gravidez, resulta em um aumento da incidência de defeitos no feto. Portanto,
medicamentos anticonvulsivantes só devem ser administrados a mulheres que podem
engravidar se mostrarem claramente serem essenciais no tratamento de suas crises
convulsivas. A incidência de defeitos no canal neural no feto pode ser aumentada em
gestantes que recebem valproato durante o primeiro trimestre da gravidez.
Outras anomalias congênitas (ex. defeitos craniofaciais, malformações cardiovasculares, desenvolvimento insuficiente da uretra e anormalidades envolvendo vários sistemas
corporais), compatíveis ou incompatíveis com a vida, têm sido relatadas. Dados de um
estudo mostraram um aumento da incidência de más-formações em crianças nascidas de
mães expostas à monoterapia com valproato durante a gravidez. Os dados disponíveis
indicam que este efeito depende da dose.
O ácido valproico pode causar decréscimo no QI após exposição ao valproato quando em
ambiente intrauterino. Estudos epidemiológicos publicados têm indicado que crianças
expostas à valproato em ambiente intrauterino têm pontuações menores no teste cognitivo do que crianças expostas em ambiente intrauterino a outro antiepiléptico ou não exposto a antiepilético. Um estudo de coorte prospectivo realizado nos Estados Unidos e Reino Unido com crianças de 6 anos de idade mostrou que a exposição fetal ao valproato tem relação
dose-dependentes com capacidades cognitivas reduzidas comparados a outros antiepiléptico em monoterapia.
Houve relatos de atraso de desenvolvimento, autismo e/ou transtornos do espectro do
autismo em filhos de mulheres expostas ao ácido valproico durante a gravidez. A exposição em útero ao valproato foi associada à atrofia do cérebro com variados níveis/manifestações do comprometimento neurológico, incluindo retardo do desenvolvimento e prejuízo
psicomotor.
Recém-nascidos: Grávidas recebendo valproato podem desenvolver anormalidades de
coagulação, incluindo redução do número de plaquetas, distúrbio na coagulação do sangue e/ou diminuição dos fatores de coagulação, que pode resultar em complicações
hemorrágicas no neonato incluindo morte. Os parâmetros de coagulação deverão ser
monitorizados cuidadosamente. Insuficiência hepática, resultando em morte de um recémnascido e de um lactente, foi relatada após o uso de valproato durante a gravidez. Houve relatos de baixa concentração de açúcar no sangue em neonatos cujas mães
receberam valproato durante a gestação.
Casos de hipotireoidismo foram reportados em neonatos cujas mães receberam valproato
durante a gestação. Testes para detectar defeitos do tubo neural e outros usando
procedimentos atualmente aceitos deverão ser considerados como parte da rotina pré-natal em mulheres em idade fértil recebendo valproato.
Amamentação: O valproato é excretado no leite materno, por isso o médico deve pensar
na possibilidade de suspender a amamentação quando o ácido valproico for administrado a uma mulher que esteja amamentando.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Uma vez que este medicamento pode produzir depressão do sistema nervoso central,
especialmente quando combinado com outras substâncias que apresentam o mesmo efeito
(por exemplo, álcool), os pacientes não devem se ocupar de tarefas de risco, como dirigir veículos ou operar máquinas perigosas, até que se tenha certeza de que estes pacientes não ficam sonolentos com o seu uso.
Atenção diabéticos: contém açúcar.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Caso esteja tomando alguns dos medicamentos a seguir, informe seu médico antes de
iniciar o uso de valproato de sódio. Ele dará a melhor orientação sobre como proceder.
Efeitos de medicamentos coadministrados na depuração do valproato.
Os medicamentos que afetam o nível de expressão das enzimas do fígado, particularmente
aqueles que elevam os níveis de glucuroniltransferase (tais como ritonavir), podem
aumentar a depuração de valproato. Por exemplo, fenitoína, carbamazepina e fenobarbital ou primidona podem duplicar a depuração de valproato. Portanto, pacientes tratados com
terapia única geralmente terão concentrações maiores do medicamento no sangue do que
pacientes recebendo politerapia com medicamentos anticonvulsivantes.
Em contraste, medicamentos inibidores das isoenzimas do citocromo P450, como, por
exemplo, os antidepressivos (ex. fluoxetina e paroxetina), deverão ter pouco efeito sobre a depuração do valproato.
Devido a estas alterações na depuração de valproato, a sua monitorização e as
concentrações de medicamentos concomitantes deverão ser aumentadas sempre que
medicamentos indutores de enzimas forem introduzidos ou retirados.
A lista seguinte oferece informações sobre o potencial ou a influência de uma série de
medicamentos comumente prescritos ou usados, sobre a farmacocinética do valproato. A
lista não é completa, uma vez que novas interações estão sendo continuamente relatadas. Medicamentos com um importante potencial de interação
ácido acetilsalicílico: um estudo envolvendo a coadministração de ácido acetilsalicílico em doses antipiréticas com valproato a pacientes pediátricos revelou um decréscimo na ligação a proteínas e uma inibição do metabolismo do valproato. Cuidados devem ser observados
se valproato e ácido acetilsalicílico forem administrados concomitantemente.
antibióticos carbapenêmicos: uma redução clínica significante na concentração no sangue de ácido valproico foi relatada em pacientes recebendo antibióticos carbapenêmicos
(ertapenem, imipenem e meropenem) e pode resultar na perda de controle das crises. O
mecanismo desta interação ainda não é bem compreendido. As concentrações no sangue de
ácido valproico devem ser monitoradas frequentemente após o início da terapia
carbapenêmica.
felbamato: um estudo envolvendo a coadministração de felbamato com valproato em
pacientes com epilepsia revelou um aumento no pico de concentração média de valproato
comparado com a administração isolada de valproato. Uma diminuição na dosagem de
valproato pode ser necessária quando a terapia com felbamato for iniciada.
rifampicina: ajustes da dose de valproato podem ser necessários quando for administrado com rifampicina.
Medicamentos sem interação ou com interação sem relevância clínica
antiácidos: um estudo envolvendo a coadministração de valproato com antiácidos
comumente administrados (ex. hidróxido de alumínio e bicarbonato de sódio) não revelou
nenhum efeito sobre a absorção do valproato.
clorpromazina: um estudo envolvendo a administração de clorpromazina a pacientes
esquizofrênicos que já estavam recebendo valproato revelou um aumento de 15% nos
níveis plasmáticos do valproato.
haloperidol: um estudo envolvendo a administração de haloperidol a pacientes
esquizofrênicos já recebendo valproato não revelou alterações significativas nos níveis plasmáticos mais baixos de valproato.
cimetidina e ranitidina: não afetam a depuração de valproato.
Efeitos do valproato em outros medicamentos
A lista seguinte oferece informações sobre a potencial influência de valproato sobre a farmacocinética ou farmacodinâmica de medicamentos mais comumente prescritos. A lista
não está completa, uma vez que novas interações estão sendo continuamente relatadas.
Medicamentos com um importante potencial de interação
amitriptilina/nortriptilina: o uso concomitante de valproato com amitriptilina tem sido raramente associado com toxicidade. Monitorização dos níveis de amitriptilina devem ser considerados para pacientes que fazem o uso concomitante de valproato com amitriptilina. Deve-se considerar a redução de dose de amitriptilina/nortriptilina na presença de
valproato.
carbamazepina (CBZ)/carbamazepina-10,11-epóxido (CBZ-E): os níveis séricos de
CBZ diminuíram enquanto que os de CBZ-E aumentaram em coadministração de valproato
e CBZ para pacientes epilépticos.
clonazepam: o uso concomitante de valproato e de clonazepam pode induzir estado de
ausência em pacientes com história desse tipo de crise.
diazepam: a coadministração de valproato aumenta a fração livre do diazepam. A
depuração plasmática e o volume de distribuição para o diazepam livre foram reduzidos em torno de 25% e 20%, respectivamente, na presença de valproato. A meia-vida de
eliminação do diazepam permaneceu inalterada com a adição de valproato.
etossuximida: o valproato inibe o metabolismo de etossuximida. Pacientes recebendo
valproato e etossuximida, especialmente em conjunto com outros anticonvulsivantes,
devem ser monitorizados para alterações das concentrações no sangue de ambos os
medicamentos.
lamotrigina: a dose de lamotrigina deverá ser reduzida quando administrada em conjunto
com valproato. Reações de pele graves (como a síndrome de Stevens-Johnson e a necrólise epidérmica tóxica) foram relatadas com a administração concomitante de lamotrigina e
valproato. Verificar a bula de lamotrigina para obter informações sobre a dosagem de
lamotrigina em casos de administração concomitante com valproato.
fenobarbital: o valproato inibe o metabolismo do fenobarbital. Há evidências de depressão grave do sistema nervoso central, com ou sem elevações significativas das concentrações séricas de barbiturato ou de valproato. Todos os pacientes recebendo terapia concomitante com barbiturato devem ser cuidadosamente monitorizados quanto à toxicidade neurológica. Se possível, as concentrações séricas de barbituratos deverão ser determinadas e a dosagem deverá ser reduzida quando necessário.
primidona: é metabolizada em barbiturato e, portanto, os mesmos cuidados adotados para
fenobarbital deverão aqui ser observados.
fenitoína: o valproato desloca a fenitoína de sua ligação com a albumina plasmática e inibe seu metabolismo hepático. Em pacientes com epilepsia, tem ocorrido relatos de
desencadeamento de crises com a combinação de valproato e fenitoína. Se necessário,
deve-se ajustar a dose de fenitoína de acordo com a situação clínica.
tolbutamida: a partir de experimentos, a fração não ligada de tolbutamida aumentou
quando adicionada a amostras de plasma de pacientes tratados com valproato. A relevância clínica deste deslocamento é desconhecida.
topiramato: administração concomitante de ácido valproico e topiramato foi associada a
hiperamonemia, com ou sem encefalopatia. A administração concomitante de topiramato
com ácido valproico também foi associada com hipotermia em pacientes que já haviam
tolerado cada medicamento sozinho. O nível sanguíneo de amônia deve ser mensurado em
pacientes com início relatado de hipotermia.
varfarina: em um estudo, o valproato aumentou a fração não ligada de varfarina. A
relevância terapêutica deste achado é desconhecida; entretanto, testes de coagulação
deverão ser realizados se o tratamento com ácido valproico for instituído em pacientes
tomando anticoagulantes.
zidovudina: em 6 pacientes soropositivos para HIV, a depuração da zidovudina diminuiu
após a administração de valproato; a meia-vida da zidovudina não foi afetada.
Medicamentos para os quais não foi detectada nenhuma interação ou com interação
sem relevância clínica
paracetamol: o valproato não exerceu nenhum efeito sobre os parâmetros farmacocinéticos do paracetamol quando foi administrado concomitantemente em pacientes epilépticos.
clozapina: em pacientes psicóticos não foram observadas interações quando as duas drogas foram administradas concomitantemente.
lítio: a coadministração de valproato e carbonato de lítio não apresentou efeitos na
farmacocinética em estado de equilíbrio do lítio.
lorazepam: a administração concomitante de valproato e lorazepam foi seguida de uma
diminuição na depuração plasmática de lorazepam.
olanzapina: a administração de dose única de olanzapina com divalproato de sódio em
comprimidos revestidos de liberação prolongada ER não afetou a Cmáx ou meia-vida de
eliminação de olanzapina. Entretanto, a ASC de olanzapina apresentou-se 35% menor na
presença de divalproato de sódio em comprimidos revestidos de liberação prolongada. A
relevância clínica destas observações é desconhecida.
contraceptivos orais esteroidais: a administração de dose única por dois meses de
etinilestradiol (50mcg)/levonorgestrel (250mcg) para seis mulheres em terapia com
valproato (200mg duas vezes ao dia) por dois meses não revelou qualquer interação
farmacocinética.
Não ingerir valproato de sódio com bebidas alcoólicas.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro
medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a
sua saúde.
Como tomar Valproato de sodio
As doses mínima e máxima de valproato que podem ser administradas com segurança ao
paciente são, respectivamente, 10-15mg/kg/dia e 60mg/kg/dia. Seu médico dará a
orientação necessária para o seu tratamento.
Epilepsia
A dose inicial recomendada é de 10-15mg/kg/dia (única exceção nas crises de ausência
simples e complexas 15mg/kg/dia), devendo ser aumentada, pelo médico, de 5 a
10mg/kg/semana até a obtenção da resposta clínica desejada, não ultrapassando a dose de 60mg/kg/dia, administrados em doses diárias divididas (2 a 3 vezes ao dia) para alguns
pacientes. De maneira geral, a resposta ótima é alcançada com doses menores que
60mg/kg/dia (não existem dados sobre a segurança do valproato para uso de doses
superiores a essa).
Em caso de uso concomitante de medicamentos antiepilépticos (tanto durante conversão
para monoterapia quanto durante tratamento adjuvante), as dosagens desses podem ser
reduzidas pelo médico em aproximadamente 25% a cada duas semanas. Esta redução pode
ser iniciada no começo do tratamento com divalproato de sódio ou atrasada por uma a duas semanas em casos em que exista a preocupação de ocorrência de crises com a redução. A
velocidade e duração desta redução do medicamento antiepiléptico concomitante pode ser
muito variável e os pacientes devem ser monitorados rigorosamente durante este período
com relação a aumento da frequência das convulsões. Se a dose total diária exceder 250mg, ela deve ser administrada de forma dividida. Como o valproato pode interagir com estas ou com outros medicamentos anticonvulsivantes coadministrados, recomenda-se a realização
de determinações periódicas da concentração plasmática destes medicamentos durante a
fase inicial do tratamento. Não foi estabelecida uma boa correlação entre dose diária,
concentração sérica e efeito terapêutico; no entanto, concentrações séricas terapêuticas de valproato para a maioria dos pacientes com epilepsia tem variado entre 50 a 100mcg/mL.
Alguns pacientes podem ser controlados com concentrações maiores ou menores. Seu
médico dará a orientação necessária para o seu tratamento.
Interrupção do tratamento: Os anticonvulsivantes não devem ser descontinuados
abruptamente nos pacientes para os quais estes fármacos são administrados para prevenir convulsões tipo grande mal, pois há grande possibilidade de precipitar um estado de mal epiléptico, com subsequente má oxigenação cerebral e risco de morte. A interrupção
repentina do tratamento com este medicamento cessará o efeito terapêutico, o que poderá ser prejudicial ao paciente devido às características da doença para a qual este medicamento está indicado.
Medicamentos antiepilépticos não deverão ser descontinuados abruptamente em pacientes
nos quais o medicamento é administrado para prevenir crises mais graves, devido à alta
possibilidade de desenvolvimento de estado epiléptico com falta de oxigênio e risco à vida. O quadro a seguir é um guia para administração da dose diária inicial de valproato de sódio 15mg/kg/dia considerando a administração a cada 8 horas:
Peso
(kg)
Dose total diária
(mg)
10-24,9
25-39,9
40-59,9
250
500
750
Número de medidas de 5mL de xarope
Primeira Dose do Segunda Dose do Terceira Dose do
Dia
Dia (ex.: 15
Dia
(ex.: 7 horas)
horas)
(ex.: 23 horas)
0
0
1
1
0
1
1
1
1
60-74,9
75-89,9
1000
1250
1
2
1
1
2
2
Recomendações gerais de dosagem
Pacientes idosos: em pacientes idosos a dose deve ser aumentada mais lentamente e com
monitorização da ingestão de alimentos e líquidos, desidratação, sonolência e outros
eventos adversos. Reduções da dose ou interrupção do tratamento com valproato de sódio
devem ser consideradas em pacientes com sonolência excessiva e ingestão de alimento ou
líquidos diminuídos. A melhor dose terapêutica deverá ser alcançada com base na resposta clínica.
Irritação gastrintestinal: pacientes que apresentam irritação gastrintestinal podem ser beneficiados com a administração do medicamento juntamente com a alimentação ou com
uma elevação gradativa da dose a partir de um baixo nível de dose inicial.
Efeitos adversos relacionados à dose: a frequência de efeitos adversos (particularmente a elevação de enzimas hepáticas e redução do número de plaquetas no sangue) pode estar
relacionada à dose. A probabilidade de redução do número de plaquetas no sangue parece
aumentar significativamente em concentrações totais de valproato maior ou igual a
110mcg/mL (mulheres) e 135mcg/mL (homens). O benefício de um melhor efeito
terapêutico com doses mais altas deve ser avaliado contra a possibilidade de uma maior
incidência de eventos adversos.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração
do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
7. O QUE DEVO FAZER QUANDO EU ME ESQUECER DE USAR ESTE
MEDICAMENTO?
Se você esquecer de tomar uma dose, tome-a assim que se lembrar. Entretanto, se estiver próximo do horário de tomar a próxima dose do medicamento, pule a dose esquecida.
Não tome duas cápsulas de uma única vez para compensar a dose esquecida.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou
cirurgião-dentista.
Possíveis reações adversas Valproato de sodio
Informar ao médico se durante o tratamento você sentir efeitos desagradáveis.
Epilepsia
Os dados descritos a seguir foram obtidos com a administração de comprimidos de
divalproato de sódio. Como os pacientes foram também tratados com outros medicamentos
antiepilépticos, não é possível, na maioria dos casos, determinar se os efeitos adversos são associados ao valproato de sódio somente ou à combinação de medicamentos.
A seguir são apresentadas as reações adversas relatadas por 5% ou mais dos pacientes, com incidência maior que no grupo placebo, tratados com valproato como terapia adjuvante:
Gerais: dor de cabeça, fraqueza e febre.
Gastrintestinais: náusea, vômito, dor abdominal, diarreia, perda do apetite, indigestão e prisão de ventre.
Neurológicas/Psiquiátricas: sonolência, tremor, vertigem, visão dupla, olho vago/visão
embaçada, dificuldade para caminhar, por problema de coordenação motora, movimento
rápido e involuntário do globo ocular, labilidade emocional, alteração do pensamento e
perda da memória.
Respiratórias: síndrome gripal, infecção, bronquite, e rinite.
Outros: perda de cabelo e perda de peso.
Os dados descritos a seguir são referentes aos eventos adversos que requerem tratamento emergencial reportados por 5% ou mais dos pacientes que ingeriram altas doses de
divalproato de sódio e para aqueles eventos adversos que ocorreram em maior proporção no grupo de baixa dose, em um estudo controlado de divalproato de sódio como monoterapia
para crises parciais complexas:
Gerais: fraqueza.
Gastrintestinais: náusea, diarreia, vômito, dor abdominal, perda do apetite e indigestão. Hematológicas: redução do número de plaquetas e mancha roxa.
Metabólicas/Nutricionais: ganho de peso e inchaço nos pés, pernas, abdome e braços.
Neurológicas/Psiquiátricas: tremor, sonolência, tontura, insônia, nervosismo, perda de
memória, movimento rápido e involuntário do globo ocular e depressão.
Respiratórias: infecção, inflamação da faringe e falta de ar.
Dermatológicas: perda de cabelo.
Sensoriais: ambliopia/visão embaraçado e tinido.
Como os pacientes foram também tratados com outros medicamentos antiepilépticos, não é
possível, na maioria dos casos, determinar se os efeitos adversos são associados ao
valproato de sódio somente ou à combinação de medicamentos. Dor de cabeça foi o único
evento adverso que ocorreu em 5% ou mais dos pacientes no grupo tratado com dose
elevada e com incidência igual ou maior do que no grupo de dose baixa.
Os seguintes eventos adversos foram reportados por mais de 1% mas menos que 5% dos
358 pacientes tratados com divalproato de sódio nos estudos controlados para crises
parciais complexas:
Gerais: dor nas costas, dor no peito e mal estar.
Cardiovasculares: aumento da frequência cardíaca, pressão alta e palpitação.
Gastrintestinais: aumento do apetite, flatulência, vômito com sangue, arroto, inflamação do pâncreas e infecção na gengiva e dente.
Hematológicas: manchas vermelhas não salientes da pele.
Metabólicas/Nutricionais: enzimas AST e ALT aumentadas.
Musculoesqueléticas: dor muscular, contração muscular, dor nas articulações, cãibra na
perna e fraqueza muscular.
Neurológicas/Psiquiátricas: ansiedade, confusão, alteração na fala, alteração na marcha, sensações cutâneas sem estimulação, aumento na rigidez muscular, incoordenação,
alteração nos sonhos e transtorno de personalidade.
Respiratórias: sinusite, tosse aumentada, pneumonia e sangramento nasal.
Dermatológicas: vermelhidão da pele, coceira e pele seca.
Sensoriais: alteração no paladar, na visão e audição, surdez e mediador de ouvido.
Urogenitais: incontinência urinária, inflamação dos tecidos da vagina, cólica menstrual, ausência de menstruação e aumento do volume urinário.
Outras populações de pacientes
Os eventos adversos que foram relatados com todas as formas de dosagem de valproato no
tratamento de epilepsia nos estudos clínicos, relatos espontâneos e outras fontes são listados a seguir.
Gastrintestinais: os efeitos colaterais mais frequentemente relatados no início da terapia são náuseas, vômito e indigestão. São efeitos geralmente transitórios e raramente requerem interrupção do tratamento. Diarreia, dor abdominal e prisão de ventre foram relatadas.
Tanto anorexia com perda de peso, quanto aumento do apetite com ganho de peso foram
relatados. A administração de comprimidos revestidos de divalproato de sódio, de liberação entérica, pode resultar na redução dos efeitos adversos gastrintestinais.
Neurológicas: foram observados efeitos sedativos em pacientes sob tratamento apenas com valproato de sódio; porém, esses são mais frequentes em pacientes recebendo terapias
combinadas. A sedação geralmente diminui com a redução de outros medicamentos
antiepilépticos administrados concomitantemente. Tremores (podem ser doserelacionados), alucinações, falta de coordenação dos movimentos, dor de cabeça, movimento rápido e involuntário do globo ocular, visão dupla, movimentos espasmódicos
involuntários, visão prejudicada por pontos pretos ou brilhantes no campo de visão,
dificuldade na articulação das palavras, tontura, confusão, diminuição ou ausência de
sensibilidade em determinada região do organismo, incoordenação motora,
comprometimento da memória, desordem cognitiva e parkinsonismo foram relatados com o
uso do valproato. Raros casos de coma ocorreram em pacientes recebendo valproato
isolado ou em combinação com fenobarbital. Em raros casos alterações das funções do
cérebro decorrentes da má função do fígado, com ou sem febre desenvolveu-se logo após a introdução da monoterapia com valproato, sem evidência de disfunção do fígado ou níveis plasmáticos altos inadequados. Embora a recuperação tenha sido descrita após a suspensão do medicamento, houve casos fatais em pacientes com alteração das funções do cérebro por aumento de amônia no sangue, particularmente em pacientes com distúrbios do ciclo da
ureia subjacente.
A exposição intrauterina ao valproato foi associada à atrofia cerebral com variados
níveis/manifestações do comprometimento neurológico, incluindo retardo do
desenvolvimento e prejuízo psicomotor.
Dermatológicas: perda temporária de cabelos, erupções cutâneas, fotossensibilidade,
coceira generalizada, eritema multiforme e síndrome de Stevens-Johnson. Casos raros de
necrólise epidérmica tóxica foram relatados incluindo um caso fatal num lactente de seis meses de idade recebendo valproato e vários outros medicamentos concomitantes. Um caso
adicional de necrólise epidérmica tóxica resultante em óbito foi relatado num paciente com 35 anos de idade com AIDS, recebendo vários medicamentos concomitantes e com
histórico de múltiplas reações cutâneas a medicamentos. Reações de pele graves foram
reportadas com o uso concomitante de lamotrigina e valproato.
Psiquiátricas: observaram-se casos de instabilidade afetiva, depressão, estado mental
anormal, agressividade, hostilidade, hiperatividade e deterioração do comportamento.
Musculoesqueléticas: fraqueza - relatos de diminuição de massa óssea, levando
potencialmente a osteoporose (diminuição da massa óssea) e osteopenia (diminuição da
densidade óssea), durante tratamento por longo período com medicações
anticonvulsivantes, incluindo o valproato. Alguns estudos indicaram que o suplemento de cálcio e vitamina D pode ser benéfico à pacientes crônicos em terapia com valproato.
Hematológicas: redução do número de plaquetas e inibição da fase secundária da
agregação plaquetária podem ser refletidos em alteração do tempo de sangramento,
pequeno ponto vermelho no corpo, hematomas, sangramento do nariz ou hemorragia
abundante. Aumento no número dos linfócitos relativo, aumento do tamanho das hemácias,
distúrbio na coagulação do sangue, diminuição de glóbulos brancos do sangue, aumento da concentração de eosinófilos no sangue, anemia incluindo macrocítica com ou sem
deficiência de folato, supressão da medula óssea, diminuição das células do sangue, anemia aplásica, agranulocitose e deficiência de enzimas no organismo intermitente foram notadas.
Hepáticas: são frequentes pequenas elevações das enzimas transaminases (AST e ALT) e
de DHL, que parecem estar relacionadas às doses. Ocasionalmente, os resultados de
exames de laboratório incluem também aumentos de bilirrubina sérica e alterações de
outras provas de função do fígado. Tais resultados podem refletir hepatotoxicidade
potencialmente grave.
Endócrinas: menstruação irregular, ausência de menstruação, aumento das mamas,
secreção abundante de leite, tumefação da glândula parótida, testes anormais da função da tireoide, incluindo hipotireoidismo. Existem relatos espontâneos de ovário policístico. A relação causa e efeito ainda não foi estabelecida.
Pancreáticas: foi relatada inflamação do pâncreas aguda em pacientes recebendo
valproato, incluindo raros casos.
Metabólicas: aumento da amônia no sangue, transtorno dos sais presentes no sangue e
secreção inapropriada de hormônio antidiurético. Existem raros relatos de síndrome de
Fanconi ocorrendo principalmente em crianças. Elevada concentração plasmática de glicina foi associada à fatalidade em um paciente com elevação da concentração de glicina no
sangue não cetótica preexistente. Diminuição das concentrações de carnitina também foi
observada, embora a relevância clínica desse achado seja desconhecida.
Sensoriais: perda da audição, irreversível ou reversível, foi relatada; no entanto, a relação causa e efeito não foi determinada. Dor no ouvido também foi relatada.
Urogenitais: incontinência urinária e infecção do trato urinário.
Neoplásicas benignas, malignas e inespecíficas (incluindo cistos e pólipos): Síndrome
mielodisplásica(grupo de doenças do sangue).
Respiratórias, torácicas e mediastinais: acumulação excessiva de fluido na cavidade
pleural.
Outras: reações alérgicas, reação alérgica grave, inchaço de extremidades, lupus
eritematoso, dor nos ossos, tosse aumentada, pneumonia, dor do ouvido, diminuição da
frequencia cardíaca, vasculite cutânea, febre e temperatura corporal baixa.
Mania
Apesar da segurança e eficácia do valproato de sódio não terem sido avaliadas no
tratamento de episódios maníacos associados com distúrbio bipolar, os seguintes eventos adversos não listados anteriormente foram relatados por 1% ou mais dos pacientes em dois estudos clínicos placebo-controlados com divalproato de sódio em comprimidos:
Gerais: calafrios, dor na nuca e rigidez do pescoço.
Cardiovasculares: pressão baixa, hipotensão postural e dilatação dos vasos sanguíneos.
Gastrintestinais: incontinência fecal, infecção que atinge o sistema gastrintestinal e
inflamação na língua.
Musculoesqueléticas: artrose.
Neurológicas: agitação, pertubações psicomotoras, lentificação de movimentos
involuntários, reflexo aumentado, movimentos repetitivos involuntários e vertigem.
Dermatológicas: aparecimento de furúnculos, reações alérgicas na pele e hiperatividade
das glândulas sebáceas resultando em aumento de sebo.
Sensoriais: conjuntivite, olho ressecado e dor ocular.
Urogenitais: dificuldade para urinar.
Enxaqueca
Apesar da segurança e eficácia do ácido valproico não terem sido avaliadas na profilaxia de enxaqueca, os seguintes eventos adversos não listados anteriormente foram relatados por
1% ou mais dos pacientes em dois estudos clínicos placebo-controlados com divalproato de sódio em comprimidos:
Gerais: edema facial.
Gastrintestinais: boca seca e inflamação da boca ou gengiva.
Urogenitais: inflamação da bexiga, metrorragia e hemorragia vaginal.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações
indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também a empresa através do seu
serviço de atendimento.
9. O QUE FAZER SE ALGUÉM USAR UMA QUANTIDADE MAIOR DO QUE A
INDICADA DESTE MEDICAMENTO?
Não tomar doses superiores às recomendadas pelo médico ou pela bula. Doses muito altas
podem causar distúrbio de consciência podendo chegar ao coma. Doses de valproato acima
do recomendado podem resultar em sonolência, bloqueio do coração e coma profundo.
Nesses casos, a pessoa deverá ser encaminhada imediatamente para cuidados médicos.
Fatalidades têm sido relatadas; no entanto, os pacientes têm se recuperado de níveis
plasmáticos de valproato tão altos quanto 2120mcg/mL. Em situações de superdosagem, a
fração da substância não ligada a proteína é alta e hemodiálise ou hemodiálise mais
hemoperfusão podem resultar em uma significante remoção da substância. O benefício da
lavagem gástrica ou emese varia com o tempo de ingestão. Medidas de suporte geral devem ser aplicadas, com particular atenção para a manutenção do fluxo urinário. O uso de
naloxona pode ser útil para reverter os efeitos depressores de elevadas doses de valproato sobre o sistema nervoso central. Como a naloxona pode teoricamente reverter os efeitos
antiepilépticos do valproato, deve ser usada com cautela.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente
socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para
0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
M.S. no 1.0370. 0465
Farm. Resp.: Andreia Cavalcante Silva
CRF-GO no 2.659
LABORATÓRIO
TEUTO BRASILEIRO S/A.
CNPJ 17.159.229/0001 -76
VP 7-D Módulo 11 Qd. 13 DAIA
CEP 75132-140 Anápolis GO
Indústria Brasileira
Conservação Valproato de sodio
MEDICAMENTO?
DURANTE O CONSUMO ESTE PRODUTO DEVE SER MANTIDO NO CARTUCHO
DE CARTOLINA, CONSERVADO EM TEMPERATURA AMBIENTE (15 A 30ºC).
PROTEGER DA LUZ E UMIDADE.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Características do produto: Solução límpida de cor vermelha com aroma e sabor de
cereja.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de
validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para
saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.